domingo, 23 de abril de 2017

Cápsula do Tempo II ( com dicas para pesquisa)

Sempre fui apaixonada pelo passado e história sempre foi a minha disciplina favorita, embora soubesse sempre a pouco. Para mim, a história só fica completa se a agarrar, se a tocar e a sentir.

A história de Inês e Pedro só pode ser compreendida se, em silêncio, me detiver perante a fonte, na Quinta das lágrimas. A presença dos Celtas em S.Paio, só pode ser sentida se tocar o algiz com a minha mão. Só visitando as pinturas rupestres de foz côa, pude imaginar as suas vivências espirituais e materiais, num estado de extrema harmonia que se expressa em arte.

Da mesma maneira, não posso compreender a minha própria história se não conhecer as raízes de onde ramificou. Se não conhecer a árvore da (minha) vida. Continuo afundada nas minhas pesquisas. Desta vez, voltei-me um pouco para o lado da minha mãe. Já fiz avanços e tenho vários nomes e algumas datas até à quinta geração, para mim, e sexta, para a minha filha.

Não escrevo para vos falar sobre as minhas descobertas, mas para partilhar algumas dicas e curiosidades que podem ser úteis para quem, tal como eu, tem uma adição por histórias, boas ou mãs, mas sempre verdadeiras.

1 - Tombo.pt é um site criado por João Ventura para simplificar a pesquisa genealógica. Do lado esquerdo, escolhem o distrito, concelho e freguesia e acedem a todos os arquivos, por data ou faixa de datas e por tema, relativas aquele concelho. Assim, encontrarão diversos registos de batismos, casamento, óbitos. Todos estes registos são apenas até 1911 e remontam, em alguns casos ao séc XVI.

2 - A pesquisa é feita página por página. Do lado esquerdo dos registos, consta o primeiro nome da pessoa a que se refere. Assim, se corresponder, têm que verificar do lado direito o nome dos pais (pois o nome completo não aparece). Na época destes meus avós, não faltavam Joaquins e Joaquinas, mas a pesquisa foi-me facilitada porque a minha mãe sabia exatamente a data de nascimento deles.

3 - Se não tiverem esse dado, a procura não fica impossibilitada por isso. Devem apenas começar pelo primeiro passo: solicitar a certidão de nascimento do vosso pai ou mãe e, a seguir, dos pais deles. Nessa certidão constarão os nomes dos pais dos vossos avós (vossos bisavós) e as suas naturalidades. A partir da naturalidade, sabem que arquivo do tombo.pt procurar e saberão duas probabilidades de ano a pesquisar, que são o ano resultante do cálculo e o anterior.

(Exemplo - suponhamos que a minha mãe nasce em 1946, se a mãe dela tinha 40 anos quando nasceu, nasceu em 1906 ou 1905.

4 - Os registos de batismo eram o próprio batisado, daí que o que encontram no tombo.pt são os antigos registos paroquiais, elaborados de forma diferente dos registos atuais. Nesses, por exemplo, não consta a idade dos pais à data do nascimento dos filhos, mas ficamos a saber as suas profissões, residência e naturalidade. Quanto à pessoa do registo, sabemos quem são os padrinhos de batismo, a data exata de nascimento e, por vezes, a hora, bem como averbamentos como casamento e óbito.

5 - Geralmente, existe uma distância de 25 anos entre gerações, mas contando que existiam vários filhos, pelo menos quanto a Portugal, penso que devemos alargar esse período. Procurei o pai da minha avó por tentativa-erro. Dele sabia apenas a naturalidade e o nome , através da certidão da minha avó. Fiz a procura a partir de 25 anos (pois, tenho a ideia que os homens eram sempre mais velhos que as mulheres - obviamente, não é regra, mas baseei-me nessa repetição na minha família), procurei um Luís do lado esquerdo de todos os livros da freguesia de Galegos, de 1881 para trás e encontrei um Luís no mês de Junho de 1877, filho de Manoel Ferreira e Maria Rosa Coelho ( exatamente os nomes que surgiam como avós paternos da minha avó no seu registo).

Ele tinha portanto 28 anos quando a minha avó nasceu - o que mostra que a teoria dos 25 anos deve ser relativizada!

6 - Fui até Galegos, tentar descobrir alguns dos sítios que já tenho nos meus dados e estava curiosa para poder satisfazer uma curiosidade. Diz nos averbamentos dos registos de batismo dos meus avós que casaram no "Posto de Galegos". Parei num café e num Lar e questionei se sabiam o que era, pois não referiam uma Igreja. Descobri que, nessa altura, existia um senhor com poderes legais para proceder a registos de nascimento, na sua casa e depois transferí-los para o concelho, neste caso, Penafiel, evitando deslocações maiores à população. Como nos averbamentos dos seus nascimentos, consta o n do assento e data do casamento dos meus avós, fui à Loja do Cidadão solicitar uma cópia da certidão do casamento deles. Se estiver assinada por um tal de "Albino Eugénio", confirmo que o tal posto é a casa do senhor.

7 - A última dica, não menos importante, é que não precisam de gastar mundos e fundos à procura de ancestrais. Acima de 100 anos, podem fazê-lo no tombo.pt, como já disse, mas depois de 1911, em qualquer loja do cidadão ou conservatória. Se o fizerem na Loja do Cidadão, podem não ter os arquivos com eles e, nesse caso, solicitam-nos às respetivas freguesias, por email. Para casamentos, convém saber a data e nomes, para nascimento, o nome, filiação e ano de nascimento.
No momento do pedido, devem solicitar CÓPIA NÃO CERTIFICADA/NÃO AUTENTICADA, cujo valor é aproximadamente entre 0,50€ a 3€ (dependendo das páginas e antiguidade), já que pretendem os documentos para fins de genealogia e não para efeitos legais.

Jasmim, no Lugar de Currais - Galegos - Penafiel - local de nascimento da minha avó materna, bisavó materna dela

Avó Joaquina e Avô Joaquim - Casaram a 15 de Julho de 1928 e tiveram 6 filhos. A última, a minha Mãe.

O meu caderno já não tem espaço! 







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