domingo, 30 de julho de 2017

Filha da Mãe

Se há relação filha da mãe é a de mãe com filha e filha com mãe. Cabe tudo lá dentro: amor, zanga, ciume, raiva, medos, confissões, magia, melancolia, traumas, abraços, culpas e embalos.

Mãe com filha é um círculo labiríntico como o útero que se expande e regressa ao lugar, que ao mesmo tempo as une e as separa. O meu útero não é o teu útero mas eu já lá estava também, quando o teu útero tinha lugar noutro útero.

Talvez aqui esteja a razão ou a falta dela...pouco importa. Talvez a relação com a mãe tenha mesmo que ser um meio-termo, um assunto-para-sempre-inacabado.

Quero ser como tu e não quero ter nada a ver contigo. Quero seguir o teu exemplo e não quero repetir as tuas falhas. És imperfeita aos meus olhos mas desenho-te perfeita aos olhos dos outros e ai deles que risquem o meu retrato de ti. E eu? Quantas vezes risquei o desenho que fizeste de mim? E tu, quantas vezes me pintaste como querias que eu fosse, em vez de como era?

Ainda hoje fazemos isso, ainda hoje discutimos, ainda hoje me culpo por discutir, ainda hoje batalhas entre a tua vontade de viver a tua vida e a tua incapacidade de deixar de estar ao meu lado. Ainda hoje quero a minha bolha, desde que saiba onde estás.

No meio destas coisas que nunca te disse, o que quero mesmo dizer-te é que é bom ainda ouvir "diz", quando digo " Mãe ".



sexta-feira, 28 de julho de 2017

Marília

A Marília nasceu no dia 30 de Setembro de 1919, às três horas. O inicio dos anos loucos são também o inicio da vida da minha avó. Nasceu em casa, na rua do Bonfim, mais precisamente no n° 252. Veio do ventre de uma Rita e da relação dela com um Alfredo, que viviam juntos nessa morada e não sabemos se casaram depois. Naquele dia, pelo menos, não eram casados.

Também não sabemos o que aconteceu a seguir. Porquê que a Marília saiu do coração do Porto para ir viver para a Areosa, porquê que os filhos dela não conheceram a avó, mas dois deles conheceram ainda os bisavós. Porquê que a Marília cortou relações com o Pai ou ele com ela.

O meu pai acha que a Rita morreu cedo. Talvez o Alfredo a tenha ido entregar aos avós maternos e não aos seus pais, já que ele próprio era órfão de mãe desde a tenra infância. Talvez a Rita tenha adoecido e entregue a Marília aos seus pais antes de partir. Talvez exista outra explicação, mas é quase certo que tenha vivido com os avós, porque eram eles que moravam na Areosa e a Marília chegou a trabalhar como costureira, oficio que terá aprendido junto da sua avó Camilla, costureira ou do seu avô, Adelino, alfaiate.

Sei que vos estou a falar da Marília, mas como falar dela sem falar dos que lhe antecederam? Seria como falar de mim, sem falar nela. Não sabemos o que a afastou do pai, mas sabemos quanta vontade tinha de se reaproximar dele. Talvez a vontade dela se tenha juntado à minha e junto com a vontade dos meus primos, que também são netos dela e a da nossa prima do Brasil, afastada, mas tão proxima...nos ajude a descobrir ainda mais pormenores sobre a nossa história.

Nesta fotografia sentada junto do meu avô, esboça o sorriso mais bonito que já vi numa mulher. O que lhe acontece a seguir parece castigo por uma mulher não ter direito de sorrir assim.

No final, era ela que castigava o destino. Mesmo depois do meu avô morrer tuberculoso aos 28 e se sucederem os desamores e desencantos, que culminaram numa incapacidade de falar e, pouco a pouco, de se movimentar até ficar presa a uma cama, mesmo assim, deixava desabrochar um sorriso no rosto, tão genuíno, que poderia bem ser inocente. Mas a vida já não tinha surpresas para ela.

Viveu a pobreza, a miséria, a orfandade, a doença, o luto, a maternidade, a solidão e a impotência para criar os filhos como tenho a certeza que desejava.

Mesmo assim, sorria sempre que nos via, olhava para o meu primo Pedro, bebé e segurava-o com a força de um só braço, mas da alma toda. Uma alma sensível, dotada para as artes, a poesia, a escrita, o teatro... E...para mim, a brincar com ele no chão, como quem observa a vida, sem lhe cobrar e reconhecendo-lhe ainda as maravilhas.

Teve oito filhos, três dos quais viu morrer crianças. Três amores, os três breves e sem final feliz. Três ataques, três dias seguidos, à mesma hora.

"Com um lado do corpo paralisado, segurava as batatas com o braço imóvel e descacascava-as só com uma mão, para preparar o almoço do Adérito, o filho mais novo". - conta-me o meu pai, num relato que retrata uma imagem carregada de uma força que só pode vir do amor.

Agora, já sei porque os filhos dela gostam tanto de brincar. Eles saborearam a pobreza no seu estado mais cru, viveram desencantos de uma vida difícil e têm sempre uma piada para dizer. Quase sempre se trata de um humor non-sense, mas quando penso na história deles, não há nada que não faça sentido nisto.

Percebo agora, que aprenderam com a doce Marília a mandar o destino às favas e a rir para ele. Deram-lhe eles a volta, construíram famílias, envolveram-se ativamente na sociedade e na construção de quem são. Fizeram-se à vida, descomplicados e leves, porque, também para eles, as surpresas que pudessem vir já só poderiam ser boas, comparadas a tudo que já conheciam.

A eles, conheço-lhes o sorriso, a boa disposição, o sentido de humor e dela, recordo-me também do sorriso que se desenhava no seu rosto a que se seguia a risada. O som da risada que nunca vou esquecer e consigo ouvir agora, na minha cabeça.

Podes sorrir, avó, que hoje...por teres existido, te continuamos a todos ainda mais, em cada respirar. Que hoje, graças a ti, a beleza do teu sorriso se continua no da Jasmim, que até me faz lembrar o teu, quando brinca com os primos, a quem também corres no sangue.











quinta-feira, 27 de julho de 2017

Agora

A Jasmim é uma realista que se impressiona com cada segundo do novo agora. Quando ele termina e se transforma em passado, ela acompanha o tempo e o presente. Ela é. Em pleno, real e no entanto, mágica.

Ergue arte em cada movimento e em cada pensamento. A arte de sentir o que é e em quem se transforma, após cada experiência. As melhores coisas da vida para ela?...são mesmo grátis...e simples: pais, irmãos, familia, amor, natureza, presença e liberdade para ser.

Para o pequeno almoço, podem ser uns ovos mexidos com óleo de côco e sem sal, acompanhados de uma maminha e de uma peça de fruta. A seguir, um passeio matinal pelo Parque da Cidade, verde e amplo como a alma da Jasmim, onde há tempo para correr, apanhar pedras e chegar perto dos patos, sem medo.




Um Porto... agora ainda mais...sentido, foi o nosso destino no dia seguinte. A Rua Mártires da Liberdade foi a última morada em vida da minha quintavó. Sextavó, para ela. Fomos lá fazer o que a Jasmim sabe fazer melhor: presenciar o agora e o que vem. Sem questionar de onde vem a emoção, sem interpretar de onde chega o raciocínio, apenas com permissão para sermos, ali, juntas, parte da história que nos pertence.




terça-feira, 18 de julho de 2017

Uma questão de ADN

Acordar às quatro da manhã para fazer a viagem pela fresquinha, gate, check-in, 1700 quilómetros dentro de um carro com um ano de idade, 1700 quilómetros dentro de um avião sozinha, com 6 anos de idade, apenas acompanhada da hospedeira...O café literalmente às moscas, numa fronteira que já na altura era de ninguém. Curvas que não custam tanto quando sabes que vais encontrar uma placa a dizer "Portugal", mas que nunca mais terminam quando o caminho é o de ir embora e todos vão de lágrimas nos olhos.

Vem aí o mês de Agosto. Nem sempre viemos em Agosto. Na verdade, se pudéssemos, vínhamos em Janeiro ou em Maio. Setembro também seria uma boa altura, contando que qualquer mês é bom para abraçar aqueles de quem gostamos. 

Isto tudo para vos dizer que, apesar de já cá estarmos há 20 anos, há coisas que não mudam. Que quem muda de país se acostuma e cria raízes onde tiver que ser. Que quem anda com trouxas às costas vezes sem conta, se queixa vezes sem conta também, mas no final, não sabe estar de outra forma. Que essas pessoas não conseguem estar paradas no mesmo sítio e precisam de movimento, como do ar. São elas próprias feitas de ar...

Descobri que os meus antepassados atravessaram o Atlântico no século XIX, não uma vez, mas quatro e seis vezes (poderão ser mais), entre os Açores e o Continente e entre o Porto e Manaus, lá na outra ponta do Brasil, no coração da Amazónia. Talvez se tenha tornado uma questão de ADN e talvez não te encontres com ninguém ao acaso. A verdade é que ele também tem sede de sair e de conhecer, de escapar e por isso, não há outra forma de fazermos as coisas. Sempre que podemos, fugimos. 

Se não for para ir a Manaus, vamos ali ao lado...e se não for para passar um mês, é por um dia. O último foi passado na Póvoa de Lanhoso, numa praia fluvial que esconde umas cascatas maravilhosas...adivinhem lá como é que os genes da Jasmim respondem a dias de fuga!? 







 

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Novas Domésticas III - Joana Fartaria (Parte 3)

Trazemos o ultimo post sobre a Joana Fartaria. Nele, abordamos mais profundamente a questão da maternidade como ocupação a tempo inteiro, a amamentação, o parto natural,a sua página e os seus projetos para o futuro:

És atriz e encenadora, mas são muitos mais os papéis que desempenhas na vida. Neste momento, és mãe a tempo inteiro. Para ti, quais são as vantagens desta escolha, que maiores lições ficam desta experiência, para ti como para o teu filho?

Sim... bom... eu já nem sei se sou isso tudo... actriz, ou encenadora. Acredito que tudo o que "somos" tem de vir de uma prática, não é? Eu há uns tempos que não pratico algumas coisas, o último trabalho que fiz como actriz, por exemplo, foi um filme, em Maputo, há sete anos, com o José Carlos de Oliveira. Por isso talvez seja mais "fui actriz". Mas... é verdade que mais que uma actividade é uma paixão, que me vive nos ossos! 😀 por isso... talvez ainda seja, "actriz"!

Mas sim, há quatro anos que sou mãe, e decidi que seria isso em exclusivo, durante estes primeiros anos de vida do meu filho.
Minto. Não é bem assim...Durante muitos anos adiei aliás esta escolha de ser mãe (e cheguei a pensar que "não era para mim"), e se quiser ser verdadeira o que sei agora é que não havia outro modo de o fazer. Havia? Talvez para outra pessoa, mas para mim ser mãe a 100% não é uma escolha, é uma limitação... sabia lá eu fazer isto de outra forma!! Nem pensar!

A maior lição que tenho apreendido neste estar com o meu filho é sem dúvida a do Tempo, que se prende com a do Momento: Viver o Momento tal como ele é.
Isto é muito mais desafiante do que parece! Mas no fundo é quase ridículo que não vivamos assim, no Agora. Não é mesmo estranho que estejamos apoiados constantemente no que já aconteceu ou no que pode eventualmente vir a passar-se? De loucos! Com o meu filho experiencio, mesmo, o valor do Agora.

Como? Em tudo, por exemplo... No modo como ele se envolve verdadeiramente em tudo o que faz, e na forma como pede o mesmo de mim; no seu viver sem pressa; no seu olhar sempre deslumbrado; na sua capacidade de perdoar, de nunca desistir, de ver sempre de outro modo um desafio... para ele tudo é super intenso, mas ao mesmo tempo leve e passageiro. Que lição! Ou seja, tudo é tratado com a densidade de um drama fatal - tantaaaas vezes por dia... não é? Uff, vida de Mãe! - mas esta intensidade é a que dedicamos também a uma celebração - sim, tantos os dias em que pede parabéns, velas, e balões ao pequeno almoço! - mas no momento seguinte tudo passou. Tudo. Há tanto entusiasmo a montar uma torre de pedras, como a deita-la a baixo, mesmo que tenha demorado uma hora a construir! - Sou só eu que fico com pena? Ele? Nenhuma. "Fazemos outra!!" - Para ele esta é a única maneira de viver, a cada momento só esse momento importa.

No fundo é a tal meditação, que eu dei duas voltas ao mundo a procurar, a tal que achava que vivia lá fora, e que me foi ensinada por este ser... tão pequenino, e que eu mesma pari!! Deixa soltar um "Uau", uaaaaaauuuuuuuuuu!! 😀

Por isso digo muitas vezes "dei à luz o meu mestre".

Tem sido uma aventura incrível, e não porque viva em modo Felicidade plena constante - por vezes ser mãe a tempo inteiro é mesmo infernal - mas antes porque é das experiências mais RICAS que já vivi - isso sem qualquer dúvida! Aprendo todos os dias, sem excepção (como todos sabem neste trabalho não há folgas) coisas sobre mim, e nem todas são agradáveis... aprendo que tenho limites, por vezes mais cedo do que gostaria; que tenho raivas; que às vezes grito; que muitas noites sem dormir me mudam a personalidade; que nem sempre gosto de ser tocada; que ouvir "Mamã" não é sempre fofinho; que cozinhar por vezes é um fardo; que os desenhos animados podem ser uma grande seca... Ahahahahah! Mas aprendo também o que é Amar, de verdade, perdoar, sem mágoa, a acreditar sempre de novo... e sei que aqui todas nós, mães, nos podemos rever.
Estar todos os dias com o meu filho, amamentar até aos quatro anos e meio (e não sei até quando!), dormir junto, cozinhar juntos... não ter escolinha nem babysitter... é uma opção. Uma escolha que temos feito, todos os dias, os dois, eu e o meu filho (e o pai dele também, claro! Neste caso esta escolha consciente, que fizemos como família, foi feita também graças à sua generosidade em ir trabalhar fora de casa, e trazer o dinheiro - que não acho que seja sempre necessário, nem acredito que seja um limitador real, mas que é necessário no modo de vida que escolhemos. Grata a ele também por possibilitar uma experiência de maternidade assim). É uma escolha que tem feito sentido, e por isso é assim, e não uma coisa definida a priori, e cumprida porque "é assim que se faz". Eu não acho que ser mãe seja isto, não. Este é o modo de viver a maternidade que tem feito sentido para nós, quando deixar de fazer sentido... mudará! - Sinto aliás que está para mudar, o meu filho começou a falar em escola por exemplo, que quer ir (e até já escolheu uma), por isso, novas aventuras se avizinham! E que bom que é!

                   

Tiveste um diário sobre como é amamentar um filho pelo mundo. Mesmo quando somos determinadas e não está em causa deixarmos de fazer o que queremos e em que acreditamos, há alturas em que nos sentimos mais ou menos desconfortáveis para fazer. Para ti, onde foi mais complicado e onde foi mais descomplicado amamentar o teu filho?

Que engraçado, ao ler esta pergunta acaba de acontecer uma coisa curiosa dentro de mim, comecei a pensar nisso, "Como me senti, a amamentar em público?" e em retrospectiva vejo agora que sempre me senti observada quando amamentava o meu filho. Sempre. Não recebi sempre comentários - fossem positivos ou jocosos - mas, olhares? Isso recebi sempre.


Com excepção... com excepção dos últimos dois anos. Desde que o meu filho fez dois anos que não me sinto observada quando amamento. Estás surpreendida? Sim, eu também!

Sim, seria de esperar muito mais espanto e/ ou crítica à imagem de um menino na maminha, que um bebé! Mas sabes qual é a verdade... sou eu que já não vejo esses olhares, nem ouço qualquer crítica. O que mudou? Eu! A minha confiança como mãe (como mulher, como pessoa!), a minha confiança a amamentar é plena, e não há olhar que me incomode.

Aliás, os comentários, conselhos, e opiniões não solicitadas, comigo, pararam ao um ano de idade mais ou menos, ou ano e meio talvez. O que senti foi que à medida que a minha confiança crescia as intromissões diminuíam. Até desaparecerem por completo. Posso dizer orgulhosa que no último ano não ouvi um único comentário desagradável sobre o facto de amamentar um matulao de quatro anos de idade... a Verdade é que eu e o meu filho somos agora activistas experientes e completamente descontraídos no nosso viver. Isso ajuda!

Mas sim... lembro-me de várias situações desconfortáveis! Várias... Eu vivia na Ásia - entre Hong Kong e a Índia - e a relação com o corpo é em termos culturais muito diferente, mas fui fazendo conquistas (que, lá está, só precisam de acontecer dentro de nós). De início até o pai do meu filho se sentia muito constrangido com o nosso amamentar em público, embora apoiasse absolutamente esta opção, gostava que ela não implicasse a "exposição do meu corpo". Com o tempo... foi-se habituando 😜eu não cedi um milímetro.

Na Índia, mesmo em contexto familiar, mesmo entre mulheres, era esperado de mim que fosse amamentar no quarto, e de porta fechada - ora todas sabemos que a determinada altura da vida de um bebé isso significaria estar todo o dia fechada no quarto, depois noutra fase ir ao quarto de cinco em cinco minutos e ficar apenas três! As necessidades do bebé mudam tanto, o meu princípio foi sempre segui-las! Em todos os sítios onde fui, respeitei antes de mais as necessidades do meu filho, e as minhas.

Dei de mamar em Portugal, em Hong Kong, em Macau, na Índia, em Singapura, no Dubai, na Tailândia, no Bali e nos Estados Unidos. Em táxis, barcos, autocarros e aviões. Em restaurantes, na rua, nos templos, no mercado... em todo o lado.
Em todos os sítios o fiz com naturalidade, em qualquer lugar, a qualquer hora, e sem "paninhos" a cobrir (como todas sabem muito cedo nem isso é uma opção; o bebé afasta o pano com perícia!), só tive problemas reais no Dubai, único sítio que visitei onde é proibido por lei amamentar em público - e felizmente estava só em trânsito no aeroporto, onde fiquei um dia e uma noite - as dificuldades que enfrentei por ter que estar sempre a fugir para as zonas de fraldario e amamentação (só havia uma no aeroporto) foram simplesmente horríveis!! Como podem criar tamanha dificuldade e constrangimento para as famílias? Fui informada por uma hospedeira de que era proibido, e imediatamente fiz a minha pesquisa na net (o site da la leche league é maravilhoso nestas alturas -http://www.llli.org) li, entre outros, um artigo chocante, porque aconselhava a amamentação até ao um ano de idade, mas a proibia em público... podemos imaginar todas a limitações logo assim criadas para uma mãe?! Uff.
Mas mesmo na Índia, e em Hong Kong, onde estava em contexto familiar, aproveitei para deixar sempre que a minha necessidade fosse um modo de activismo, deixando suavemente passar a mensagem de que a amamentação é natural!
Foi surpresa para tantas... posso dizer que vivi lá cinco anos e nunca (!) vi uma mulher a amamentar em público... para mim o chocante é isto!

                   

O teu filho nasceu na água, no Hospital de Setúbal. Foste uma das propulsoras do movimento Mães d' Água. Se essa hipótese deixou de ser possível por algum tempo, há alguns dias, a causa ganhou novo alento no parlamento, mas estarão os serviços preparados para essa realidade? O que dirias aos profissionais que irão receber mães que desejam um parto natural, para que se tornem verdadeiros aliados de um momento que pode ser tão mágico?

Confiar. É necessária maior confiança, na mulher, no bebé, no parto. Maior confiança no milagre, e sim, no poder da água! Mas se poder resumir tudo a uma coisa escolho:

"Parto é Amor", é isso, assim, simples! E se parto é Amor, todo o trato com a mulher que vai parir, que seja amoroso, é bom. Acreditar nisto é necessário.

Para que um parto se desenrole como a mãe Natureza manda é importante haver esse espaço amoroso, onde a Occitocina (a hormona do Amor, aliás! A que naturalmente produzimos quando nos apaixonamos, quando fazemos amor, quando "orgasmamos", quando parimos, quando amamentamos) possa fluir. Há coisas que não ajudam, há mil técnicas e livros que falam das que não ajudam, assim como das que ajudam, mas na verdade é tão simples, é fazer menos, e esperar mais.
A verdade é que o parto é mistério, é zona Sagrada, sim. Como temos de tratar o parto? Assim mesmo, com cuidado, amor, devoção.

Eu pari na água, e só posso dizer que foi transformador! Sou uma das fundadoras das Mães d'água mas não digo que todas as mulheres têm de parir na água, não. Mas sim que todas merecem ter essa opção.
Acima de tudo, o que me apaixona ainda mais do que ter a água presente no parto é ter acesso a esta capacidade transformadora que o parto tem.

Nas últimas semanas da minha gravidez repetia para mim mesma algo que li já não sei onde "as mesmas coisas que ajudaram o bebé a entrar, ajudam-no a sair", não é maravilhoso? Não faz todo o sentido? Ora há mil coisas que são "procedimento normal" num parto que não levariam ninguém a fazer bebés! 😜 inevitavelmente não ajudam o desenrolar natural do parto. Perceber isto, com simplicidade, pode mudar muitas pessoas.

Mas para além disso gostava de referir que claro que, o parto na água é uma metodologia, e como tal tem suas especificidades. Temos muita sorte de ter uma "madrinha" incrível, a maravilhosa Barbara Harper, que veio já a Portugal variadissimas vezes, dar formação para o parto na água para profissionais de saúde (médicos e enfermeiros), para Doulas, para todas as pessoas interessadas em saber mais! É essencial que as equipas também estejam à vontade, e estejam seguras deste modo de facilitar e dar apoio ao parto.
Sabes quais são as minhas coisas favoritas num parto na água? O relaxamento que ela nos proporciona. Tão simples, não é? Mas é assim mesmo, a água morna relaxa, e um corpo relaxado é uma mente relaxada (e vive versa), a mãe relaxa, o bebé relaxa... até a equipa relaxa... é verdade!

                 

Tens uma página facebook onde partilhas as tuas reflexões. Queres falar-nos sobre a "Ommmmmammmma"? Vais retomar as aulas de yôga brevemente e és doula, é possível que quem esteja interessado obtenha mais informações ou te contacte através da página?

A minha página é uma espécie de "diário de maternidade", uma coisa que aliás aconselho todas as mulheres a fazer! Pode ser partilhado em formato público ou guardado em caderninhos, pode ser em Mails enviados para um endereço que será um dia dado ao filho (adoro esta ideia!) mas escrevam! É poderosíssima a capacidade terapêutica que tem escrever sobre uma "birra", por exemplo (seja nossa ou do bebé😜), sobre uma noite sem dormir, sobre o nosso parto, a nossa vivência da amamentação, as lições que aprendemos, a nossa depressao pôs-parto (ou nossos "baby blues"), os nossos desafios como casal (já viste todos os temas de que podemos falar?!). Para mim escrever sobre o que me acontece, e sobre o que penso, sempre foi um processo quase automático, que me acompanha desde criança (desde os diários em motivos florais, com cadeado na capa, tiveste um?!). Escrever é deixar sair cá para fora, e faz parte do processo de escrita ver com outros olhos o nosso Eu e a nossa Vida - que vem dessa necessidade de comunicar algo ao Outro - isso é poderoso!

Depois disso, partilhar o que escrevo é outro passo, e é na partilha que nós libertamos ainda mais o que nos incomoda, preocupa, choca... e também que celebramos o que nos entusiasma, nos faz sentir orgulhosas, nos comove. No modelo de família em que a maioria de nós vive - família nuclear de três ou quatro pessoas, que vive longe dos pais, avós, tios, etc. No fundo longe de uma comunidade - partilhar neste modo, com uma página na net, um blogue (como o teu!), ou num site, pode mesmo fazer toda a diferença numa fase de pos-parto por exemplo, onde a nossa disponibilidade para sair e conviver "ao vivo" pode estar limitada.

O meu filho nasceu em Portugal mas eu vivia em Hong Kong, onde me sentia muito sozinha, partilhar foi muito necessário para mim - mas acredito que se estivesse cá também o sentiria - depois do parto há mesmo uma zona de solidão difícil de por em palavras... mas podemos tentar! - Seja como for: partilhar é essencial! Eu acredito!

A Ommmmmmamma veio dessa necessidade - e chama-se assim em brincadeira com a ideia de que o mantra mais antigo do mundo, o som Om, possa ser transformado num mantra à mãe 😊
A minha página não quer ser sobre uma espécie de visão Zen da maternidade, mas confesso que de início era isso: uma visão. Agora é... é o que eu Sou, como mãe, e isso - felizmente! - vai sempre mudando! O que gosto é que seja uma espécie de "inspiradora de mães" 😊sim, que inspire! Isso é tão necessário nesta vida, não é? ❤️
Eu quero voltar a dar aulas de yoga, sim, e também fazer trabalho como doula, talvez - regressei a Portugal há apenas um ano, depois de viver 10 anos fora, ainda estou a sentir os caminhos... sem pressa para chegar - e claro, podem contactar-me por lá se sentirem assim.

Querida Anne, és linda, sabes? Grata por este espaço para falar de mim, de nós, dos nossos filhos... gratidão! ♥️ - (Olha 11:11)

Grata eu, Querida Joana, por estes dias passados contigo, nas perguntas que te fiz, também me questionei e nas tuas respostas, também encontrei sentido. A tua sabedoria imbuída de simplicidade lembra que menos é mais e o amor é tudo!

                  



segunda-feira, 10 de julho de 2017

Novas Domésticas III - Joana Fartaria (parte 2)

Já falei um pouco sobre ti e o que fazes. Queres dizer-nos, pela tua justiça, quem é a Joana? 

Aaaaaaaaah aquela pergunta que às vezes dá medo! Como se continua uma frase que começa por "Eu Sou"? Não sei. Não sei bem como me definir. E sabes que isso é uma questão super importante: como nos definimos a nós mesmas? É uma espécie de marketing do Eu, não é? :-D E nós, mulheres, muitas vezes, como um artista com medo da crítica e avesso a lisonjas fugimos disso... deixamos que seja o trabalho, ou as nossas actividades, a definir-nos: ser actriz (já fui); ser viajante (sou sempre); ser escritora (gosto de pensar que sou); ser yogi (para mim um modo de vida, sem dúvida!)... ou... Deixamos que sejam as relações a definir-nos: sou mulher de (já não sou); sou filha de (até uma certa idade dizemos isso não é? Engraçado!); sou mãe... aaaah o Ser Mãe tem dentro tanta coisa que me aconteceu mesmo essa magia, depois de ser mãe passei a começar todas as apresentações assim: Sou Mãe. Aconteceu mesmo sentir que tudo, ao pé disso, era pequenino e... vago, sabes? Como se ser mãe fosse a coisa mais definida, firme, e constante que tivesse sido até agora. (E sabes? acho que é verdade! :-D) Mas não me identifico também com esse "Sou Mãe"... olha, não sei! Sou Deusa, sou Bruxa, sou Maga, sou Luz. Olha, sou tu! 
Eu Sou Tu.
Nesta escrita no teu blogue na verdade será assim, eu, pelos teus olhos, eu serei o que tu vês em mim. Por isso acredito que sim: Eu Sou Tu.



Não sei se concordas comigo, mas a infância encerra os maiores segredos da nossa essência. Uma essência que, muitas vezes, se tolda e se confunde numa sociedade rígida e complexa como a nossa. 
Para ti, Joana, que já conheceste tantos lugares do mundo, que sabes quanto é importante conhecermos a nossa essência e como mãe que quer passar esse ensinamento, qual dos países por onde passaste é, para ti, o melhor lugar para se crescer, em verdade e liberdade para ser?


Esta questão é muito bonita, por encerrar nela uma esperança de que haja mesmo esse "paraíso do Eu", esse oásis espiritual onde podemos ser nós, de verdade, e em total liberdade. E em tempos cheguei a pensar que tinha resposta para ela... mas não tenho. Não há paraísos de verdade e liberdade, delimitados por fronteiras e com nomes de países. Não há. Eu não encontrei. Mas encontrei, a minha verdade e a minha liberdade em cada país que visitei. 
Não pelo que me era dado, mas pelo que conquistei, antes de mais para mim mesma. Percebes? Claro que tinha esse sonho, essa projecção de que na Índia ia encontrar a espiritualidade, por exemplo. Mas não foi assim. A espiritualidade não vive na Índia, nem é mais acessível depois de uma pooja (ritual hindu), ela vive dentro de nós. 
Claro que há experiências que são facilitadoras de determinados estados e crescimentos, acredito que há. Mas são isso mesmo, veículo. Quem faz a viagem - e ela é interior - és sempre tu. E sozinha.
Sim... também sinto que a infância guarda algumas chaves - e ser mãe é viver esse processo pelo menos duas vezes, pela minha própria infância, e pela do meu filho, que traz aliás novos "insights" para o que eu própria vivi, também sentiste isso? - onde há possibilidade de uma infância mais verdadeira e em maior liberdade? Não sei. Onde vivem mais pessoas, mais felizes? Não sei. 
Podia falar das "crianças felizes" que vi por aí, e pensar que os seus contextos encerram algum "segredo", ou uma "chave" qualquer, mas não é tão linear assim. Em cada cultura e em cada zona do mundo encontro tanta coisa... é fácil catalogar, é muito fácil generalizarmos e podia dizer que é África, onde as crianças parecem sempre sorrir, apesar de todas as dificuldades; podia ser a Tailândia, onde senti a espiritualidade tão presente no dia a dia de cada pessoa; ou o Bali, onde a ligação com a natureza parece tão pura; ou até Hong Kong, onde é tão seguro viver... tudo depende. Depende sempre do que procuramos, de como estamos dispostos a procurar... e da nossa abertura para aprender, sempre, com o que encontramos. Quando estamos acordados tudo pode ser nosso mestre, sabes? Tanto o sacerdote no templo como o caixa no supermercado. É igual. O que tento passar para o meu filho sobre verdade e liberdade? Na realidade nada. Deixo que seja ele a falar-me dos seus valores, tentando estar aberta para que possam ser diferentes dos meus - provavelmente são - respeitando-os, e respeitando até que aparentemente não tenha nenhuns... os nossos filhos são nossos mestres, e o meu - que já viajou um pouco por aí - tem mostrando bem como a sabedoria que traz lá dentro é quase independente do onde está, o que faz, como faz. Ele É. Mais ou menos como o gato que se senta e fica, tão cheio na sua quietude, o meu filho é. E eu aprendo a Ser, com Ele. Há desafio maior?


Ao longo da história e de uma forma mais generalista, também a mulher tem sido ao mesmo tempo vítima e auto-agressora, numa clivagem entre a inferiorização para corresponder a expectativas ou o registo exacerbado para se igualar ao homem, chegando a confundir-se com ele. Ambas conduzem a uma supressão da identidade selvagem e intrínseca à mulher. 
Para ti, Joana, qual é o lugar do mundo que mais oferece oportunidade à mulher de o ser em pleno, sem amarras?

Ui! Questão super complexa! :-D antes de mais... bom... Ser Mulher, o que é? Podemos parar logo aqui e escrever vários livros sobre o que significa este "Ser"! A "identidade selvagem e intrínseca" da mulher (e aliás a do homem também, acredito) será sempre inevitavelmente abalada por todos os lugares - lugares no sentido de países, sistemas, organizações... tudo o que tenha regras, leis, princípios, definições do certo e do errado pode - para mim - correr o risco de "matar" esse Ser, essa Essência, essa Verdade/ Liberdade que vive no Ser Mulher. As boas notícias é que essa Mulher Selvagem (no sentido que o livro Mulheres que Correm com os Lobos fala) ele vive dentro de cada uma de nós, e vive, cresce, desenvolve, floresce, sempre que seja alimentada! Sempre. Eu acredito nisso e temos provas, tanto na História longínqua como no nosso círculo próximo de amizades ou de conhecimentos - temos sempre provas de mulheres que contra todo o constrangimento, homem/ poder masculino, limitação econômica, poder político ou religioso se manifestaram, agiram, viveram em ligação pura e corajosa com o seu Eu (e os exemplos são tantos que é mesmo uma honra ser Mulher, não é?) A mulher não precisa de ser presenteada com oportunidades - não devia ser... - as oportunidades existem, criam-se, sem necessidade de pedir tratamento especial ou espaço para Ser. 
Eu gosto muito de me inspirar com o que tenho ao lado, por vezes procuramos as respostas no passado longínquo ou nas terras distantes, mas na nossa vida, quantas mulheres conhecemos que são esse "selvagem" de que nos orgulhamos tanto? Tantas, não é? Sabes que só depois de sair de onde estava porque "precisava de viajar", ou seja, só depois de procurar lá fora o que sentia que faltava cá dentro, me apercebi que uma das mais poderosas lições é: faz o que podes, onde estás, com o que tens. E começa já!
Para mim isto é verdadeiramente libertador! O resto? São estatísticas. Deve haver estudos sobre onde há mulheres com mais sucesso (o que quer que isso queira dizer para quem fez o estudo); com mais mulheres felizes (e que é isso de Felicidade?); ou com mais mulheres notáveis, transgressoras, inspiradoras... o que quiseres. Mas tudo isso são rótulos. 
Para ti? Consegues nomear cinco, oito, dez, cinquenta... mulheres selvagens, na tua vida? Sim? Óptimo! Eu estou contigo, acredito que há, vejo-as, reconheço-as como Irmãs, honro-as, e sou grata todos os dias por as ter na minha vida. Não tens? Não consegues nomear? Procura! Elas existem! Tanto aqui na minha praceta onde moro, como na rua das pirâmides no Egipto. Por todo o lado.


Enquanto mulheres como enquanto seres humanos, acredito que nos encontramos em constante construção e que ela pode ser facilitada com presença e consciência. Contudo, essa presença representa mais dificuldade para alguns. Que conselhos lhes darias para não desistirem ainda antes de tentar?


Presença, e Consciência... são palavras Grandes, que podem conter muito dentro. hummmmm... - um tempo para pensar - vou falar do que são (ou do que podem ser, há sempre tantas possibilidades!) para mim.
... Sabes que nunca tinha pensado nisso assim, mas para mim a Consciência é uma espécie do que alguns chamam de "Deus", uma experiência do divino, sim, do que está para além do humano (no sentido do limite do corpo físico). E a Presença... a presença é uma espécie da prática que nos permite estar em contacto com esse divino. 
Como chegar ao estado de consciência? Praticando o estado de presença.
Simples não é? :-)
E, visto deste modo, a presença não é algo que precisemos de alcançar, nem a consciência algo secreto, que vive a fugir de nós :-) ambos são estados. Estados onde vivemos. São aliás, acredito, o nosso estado natural. Voltando a olhar o gato que se senta e é, e a criança que se comporta de modo muito semelhante, nenhum parece procurar nada. Eles já são tudo. 
Praticar o presente, para mim, é aceitar esse tudo que eu sou, sem medo, sem dúvida, sem (muito importante!) julgamento. O Meu Eu, É. Não há nada a atingir, Eu Sou. 
Sim, há muito trabalho de "desenvolvimento pessoal" que pode ser feito, muito curso, muito yoga, muita meditação - tudo o que te chame e te possa dar prazer pode ser válido. Mas mais uma vez não é fora de mim que posso encontrar esta verdade - e não precisa de ser verdade para toda a vida, nem para toda a gente - ela vive dentro de mim. Como chegar lá...? Há muitas ferramentas que nos podem ajudar, e para mim devemos praticar a que nos der mais prazer, maior Felicidade, mais satisfação. Não há mais nenhum segredo.




sábado, 8 de julho de 2017

Novas Domésticas III - Joana Fartaria

Mãe, Atriz, Encenadora, Professora de Yoga, Doula. Mulher antes disso tudo e Mulher nisso tudo.

O Universo deu-me um vislumbre da Joana pelo facebook e desde então, não passo sem uma "colherada" dela nos meus dias.

Há muito que incorporei o hábito diário de filtrar a página inicial do facebook para me rodear, na rede, como na vida, de pessoas e pensamentos positivos. O nosso ego já é suficientemente criativo para criar armadilhas sombrias e a comunicação social, para fabricar enredos sensacionalistas.

Pessoas como a Joana Fartaria cativam-me e sou grata pela beleza que enviam nas suas partilhas com o mundo. A vida dela merece um livro e nós merecemos que ela publique um, para nos inspirar. Já viveu na Ásia e em África, já viveu profissionalmente como atriz e hoje dedica-se em exclusivo ao filho.

Unem-nos interesses comuns como a amamentação sem restrições nem complicações, o parto natural, as leituras mais espirituais e conscientes de um quotidiano que não tem, nem graça, nem sentido sem magia, a vivência livre do feminino e da maternidade. No fundo, da Vida.

Há algum tempo, perguntei no blogue que valor prezavam mais. A Joana dizia que os seus são a Liberdade e a Verdade. Como os meus. Mais que a dos outros, a nossa verdade. Mais do que a nossa verdade para os outros, a nossa verdade, para nós mesmas.

É isto que encontro no registo de partilhas diário da Joana, alguém que mais do que nas respostas, encontra significado nas perguntas, no caminho, no fazer e no viver. Alguém que aceita o que vem, mesmo que se trate da dificuldade em aceitar! Alguém que procura a sua essência e nessa descoberta, ainda se reconstrói.

Tudo isto com uma energia poderosa, com autenticidade. Sem arrogâncias, num espirito livre e azul como o mar, rebelde e salgado como o oceano, não fosse ela uma Sereia.

No próximo post, partilho convosco algumas perguntas que fiz à Joana, sobre as suas experiências maravilhosas.  Até lá, podem visitar a página dela aqui!

As fotos são da Lieve Tobback Fotografia, num conceito especial que capta a essência feminina no seu estado mais puro e selvagem. Para quem tiver curiosidade, seguir este link!




sexta-feira, 7 de julho de 2017

Noites descomplicadas

Descomplicar é o mote. Há 16 meses, estávamos a instalar este magnífico berço de madeira no quarto da Jasmim. Feito inteiramente em madeira, pelas mãos dos avós e de um bom amigo. O que pedir mais?

Não tem um único prego de aço e foi feito com muito amor. Tanto amor, que era uma pena ter lá dormido só duas ou três sestas.

Passados os mesmos 16 meses, o berço passou para o nosso quarto e a Jasmim já dorme lá, pelo menos metade da noite.

Sem pressas nem pressões, porque o que queremos é que todos durmam bem e felizes!!!