terça-feira, 22 de agosto de 2017

Matrioskas

Enroscam, desenroscam, encaixam, desencaixam. Encaixam-se umas nas outras, desencaixam-se umas das outras. São o que são, dentro ou fora. São o que são, escondidas nas outras e são as mesmas, isoladas numa estante. Há muitas mulheres dentro de uma? É. (...)e cabem todas na mesma, como as matrioskas.

Então porque parar de ser a mãe para ser a bruxa ou deixar de ser a bruxa para esconder a sapiência de quem ainda sendo menina, já não é? Para quê amordaçar a princesa para soltar o uivo da loba? Para quê castrar a loba, se a lua se dança no nosso corpo, em ciclos perfeitos de profundo conhecimento?

Ouvi dizer que as lobas farejam tão bem o perigo, como a carne. Que também têm medo, quando soltam as crias para caçar...que também sentem tristeza e há quem diga também... que rosnam mais antes da lua vermelha. Que também elas se soltam todos os dias das mães que têm nos genes, ao mesmo tempo que carregam em cada pegada, aquelas que as antecederam.

...que não são os homens que se transformam em lobos. São as lobas que andam disfarçadas de mulheres.


sábado, 5 de agosto de 2017

A mulher sonha...

...as férias surgem. Cá em casa não temos rotinas. O boss trabalha por turnos, a big boss trabalha para si mesma e agora há uma que (quase) manda mais que nós e todos os dias nos faz andar ao ritmo, não que quisermos, mas que pudermos.



Este ano, as férias só vão acontecer mais para a frente, mas o bom de não ter rotinas é que podemos fazer férias num dia, sem ir muito longe e sem gastar quase nada. Ainda com um mês e meio de verão pela frente, vou ter tempo de partilhar convosco alguns dos nossos programas!

Entramos os cinco no carro, andamos uns 15 minutos e já estávamos na Baixa. Tivemos a sorte de encontrar lugar logo ali ao lado da Cordoaria. Fomos ao Jardim, brincar no parque, brincar com as estátuas, saborear o sol e as brincadeiras simples. Depois fomos até às Oliveiras com os Clérigos com pano de fundo, deixei-os a abraçar as árvores, naqueles momentos magicamente renovadores e fui tomar café enquanto imaginava o Porto há centenas de anos atrás.



Seguimos para o Museu da Fotografia, que é a antiga Cadeia da Relação. A entrada é gratuita, há várias exposições temporárias e permanentes e ainda pudemos reviver a prisão do Camilo, visitando a cela que ocupou, com aquela janela sobre a Invicta, que não sei se não seria castigo pior do que não a ter.





Desta vez, não levamos piquenique e fomos experimentar almoçar à Taberna de Sto. António, junto às Virtudes. Estava cheia e com fila de espera, come-se bem e barato. Talvez das melhores pataniscas que já provei e uma mousse caseira a saber mesmo a chocolate!!!

Com as energias repostas, pusemos os pés ao caminho até à Casa do Infante, visitamos o Museu e ainda houve tempo para ir consultar o arquivo histórico! Voltamos a subir e fizemos a paragem obrigatória na Escovaria de Belomonte, onde ainda se trabalha artesanalmente, depois de três gerações. Mesmo que a J.K.Rowling não se tenha inspirado nas vassouras dele, seria o mito urbano mais perto da verdade que já ouvi!!!


No regresso a casa de um dia em cheio, como este, cozinhar tem que ser sinónimo de simplicidade. Triturar legumes, passar por farinha e ovo, temperar com ervas aromáticas e fritar em azeite, pode ser uma ideia!