terça-feira, 22 de agosto de 2017

Matrioskas

Enroscam, desenroscam, encaixam, desencaixam. Encaixam-se umas nas outras, desencaixam-se umas das outras. São o que são, dentro ou fora. São o que são, escondidas nas outras e são as mesmas, isoladas numa estante. Há muitas mulheres dentro de uma? É. (...)e cabem todas na mesma, como as matrioskas.

Então porque parar de ser a mãe para ser a bruxa ou deixar de ser a bruxa para esconder a sapiência de quem ainda sendo menina, já não é? Para quê amordaçar a princesa para soltar o uivo da loba? Para quê castrar a loba, se a lua se dança no nosso corpo, em ciclos perfeitos de profundo conhecimento?

Ouvi dizer que as lobas farejam tão bem o perigo, como a carne. Que também têm medo, quando soltam as crias para caçar...que também sentem tristeza e há quem diga também... que rosnam mais antes da lua vermelha. Que também elas se soltam todos os dias das mães que têm nos genes, ao mesmo tempo que carregam em cada pegada, aquelas que as antecederam.

...que não são os homens que se transformam em lobos. São as lobas que andam disfarçadas de mulheres.


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