sexta-feira, 2 de junho de 2017

Bracara Augusta

Hoje tivemos quatro horas para gastar a dois. Só os dois.

Gostamos de nos sentir em fuga e por isso escolhemos sempre o novo, o que está por descobrir, o que nos faz realmente sentir fora de casa e, nem que seja por momentos, de férias.

Decidimos ir a Braga, que é fora de rotina, sem ser longe. Ambos tínhamos uma ideia menos positiva mas da última vez que passeámos pela parte velha da cidade, prometemos voltar e hoje foi o pretexto ideal para o fazer.

Se a nossa vontade se alinha sempre quando o mote é escapar, não é menos verdade que os nossos gostos fluem em semelhança, com tanta facilidade quanto nos apaixonarmos um pelo outro, todos os dias.

Sem mais lamechices, fica um mini-roteiro da mini-fuga de três horas em Braga e o que nos encantou, sem no entanto completarmos a promessa de lá voltar, já que muito ficou ainda por esmiuçar!!!

Estacionamos o carro e decidimos caminhar pela cidade velha, com os seus antigos monumentos e fachadas, com lindíssimos arcos góticos e algumas ruas estreitamente típicas, como esta:



Prosseguimos, enquanto procuramos algumas ideias para pararmos mais tarde, ao almoço. Um restaurante em conta, com um espaço agradável (se possível na esplanada) e comida bem confeccionada. Passamos pela Sé e encontramos uma confeitaria com ar bem atraente. Já lá estivemos da última vez e por isso, não entramos, mas para quem gostar da combinação café e bolinho, a paragem no "Tíbias de Braga" é obrigatória:



Na continuidade da nossa caminhada, os meus olhos desviaram-se para um menu exposto na rua, que se revelou num conceito ainda mais interessante. Um edifício que engloba uma Galeria de Arte, uma Loja vintage, uma Loja de Criadores Portugueses (ID Concept Store-Braga), onde encontramos algumas peças de colegas nossos, prova de que o que fazemos nos define e, por fim, um espaço-livraria que é também um espaço-jardim e um espaço-cafetaria.

Como os nossos desejos sempre se alinham intuitivamente, lá diz ele "aquele sítio pareceu-me bem. vamos lá almoçar?!" É claro que às vezes nos enganamos, mas a maioria das vezes, o resultado final é sempre melhor que o esperado e aqui não foi diferente.

A entrada faz-se pela livraria, que engloba também uma livraria infantil para deliciar os mais pequenos ou as mães deles, mesmo que estejam em "escapada modo solteiras". Há coisas que não mudam e ali está ele "Mulheres que Correm com os Lobos" a olhar para mim, antes de todos os outros livros, mesmo comigo a conhecê-lo tão bem. Bonito, foi estar mesmo ao lado de um livro que lhe salta à vista a ele e que me faz pensar nele enquanto buda de mindfulness, como ainda não me tinha dado conta. Apesar das minhas tentativas esforçadas, ainda é muito difícil para mim "estar no agora" e para ele trata-se apenas de calçar as sapatilhas!



Feitas as reflexões, sentámo-nos finalmente no jardim. Um Jardim próprio para aspirantes a mindfulness. Um Jardim fantástico de tão simples e uma quietude tão simples de atingir, nesta casa estilo séc. XIX, recuperada para este conceito tão agradável.

No prato, uma sopa ligeira e uma salada de salmão fumado, bem confeccionados e económicos, no atendimento, a primazia pela simpatia e, no coração, a boa companhia aliada à certeza de que fugir com ele vale a pena, como sempre.


Facebook - Livraria 100ª Página - Braga





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